O mercado dos assistentes de voz sofre nos dias de hoje de falta de rentabilidade, o que tem levado as empresas a repensar a sua estratégia.
A Alexa é atualmente uma das divisões da Amazon que mais prejuízo dá, o que irá resultar numa grande onda de despedimentos. Haverá futuro para a Alexa no mercado?
Amazon Alexa apresenta problemas de rentabilidade
A Amazon prepara-se para despedir 10 mil pessoas, um dos maiores despedimentos da história da empresa, com grande parte do pessoal centrado no departamento responsável pelo desenvolvimento da Alexa.
A assistente de voz da Amazon foi, durante muitos anos, o projeto preferido de Jeff Bezos, embora tenha começado a perder o interesse a partir de 2019, tendo as contratações sido congeladas, depois da empresa não ter encontrado uma forma eficiente de monetizar o projeto.
No primeiro trimestre, a divisão “Worldwide Digital”, onde se insere a Alexa e o Prime Video, teve prejuízo de 3 mil milhões de dólares, estando a caminho de alcançar um prejuízo de 10 mil milhões este ano. Grande parte destas perdas estão associadas à equipa da Alexa.
Equipamentos vendidos a preço de custo e dificuldade em monetizar Alexa
A contribuir para estes prejuízos estão dois grandes fatores.
Em primeiro, os equipamentos Echo são vendidos praticamente a preço de custo. A Amazon não pretende fazer dinheiro com o hardware, mantendo o objetivo de vender mais dispositivos para aumentar a utilização e rentabilização da sua assistente pessoal.
Em segundo, os planos de ganhar dinheiro têm falhado largamente. Além de nunca terem implementado anúncios nos equipamentos com Alexa, a esperança de ganhar dinheiro com compras por voz têm também falhado, uma vez que as pessoas não pretendem comprar algo sem primeiro avaliarem o que estão a comprar.
Já o plano de tentar monetizar as skills também não tem resultado. A Amazon esperava que os seus utilizadores encomendassem comida ou viagens Uber através da assistente e, com isso, angariassem uma comissão, mas tal não tem acontecido.
Desta forma, a Alexa segue sem rumo, tendo-se tornado um dos maiores problemas da Amazon.
Problemas estão também presentes no Google Assistant e na Siri
Os problemas de rentabilidade não são exclusivos da Amazon Alexa.
A Google já referiu anteriormente as dificuldades que tem em monetizar a sua assistente de voz. Os comandos mais utilizados no Google Assistant não permitem ser explorados do ponto de vista financeiro e os anúncios nos ecrãs não tem sortido efeito.
Devido aos altos custos associados a manter este projeto vivo, nomeadamente com servidores, a Google tem também anunciado cortes neste departamento.
Já no caso da Apple, existem menos informações sobre o sucesso da Siri, embora a marca tenha reduzido a oferta e preço dos seus HomePod, podendo indicar também a falta de recetividade dos seus clientes.
Se inicialmente os assistentes virtuais fossem apontados como uma das tecnologias com maior potencialidade, a verdade é que estes projetos estão longe de registar o sucesso esperado, podendo estar mesmo em risco a sua continuidade.