Os smartwatches da Samsung já têm uma presença de mercado bastante grande, contando com um design que funciona para a marca e para os consumidores e que permite oferecer um modelo tanto clássico como mais desportivo.
Com o lançamento do Samsung Galaxy Watch7 a empresa refinou todos os pormenores possíveis de forma a criar um smartwatch completo e com um design que nada deixava a desejar.
Apesar de o ter conseguido a nível de funcionalidades e de design, existe um problema que não podemos deixar de referir no Samsung Galaxy Watch7 e que afeta bastante a utilização durante o dia a dia, como aconteceu nas últimas semanas em que tivemos o equipamento para testes.
Características gerais do Samsung Galaxy Watch7
O Samsung Galaxy Watch7 manteve o design que a empresa tem utilizado nas últimas versões, um ecrã redondo com o corpo fino e elegante que se adapta facilmente a um evento formal e que consegue ser confortável de utilizar durante a prática de qualquer tipo de exercício físico.
O ecrã do relógio é de 1.3 polegadas, Super AMOLED, com um formato redondo que em tudo lembra os relógios tradicionais e que, logo à partida, é um design vencedor na nossa opinião. Com o corpo em alumínio e várias pulseiras que podem ser utilizadas, o relógio mostrou-se bastante leve (28g) e confortável de utilizar em qualquer atividade.
No interior encontramos um processador Exynos W1000, Penta-core, capaz de atingir os 1.6 GHz e uma memória RAM de 2GB, acompanhando ainda uma memória interna de 32GB para aplicações, fotos e músicas.
O sistema operativo mantém-se o WearOS Powered by Samsung, uma parceria entre a Google e a empresa sul coreana que tem corrido muito bem e oferece uma experiência muito completa para os utilizadores da marca que sempre quiseram ter acesso a todas as funcionalidades que a Google tem para oferecer sem limitações.
No campo dos sensores integrados no smartwatch encontramos uma grande conjunto: Acelerómetro, Barómetro, Sensor de análise de impedância bioelétrica, Electrical Heart Sensor, Sensor Giroscópio, Sensor Geo Magnético, Infrared Temperature Sensor, Sensor de Luz e Optical Heart Rate Sensor.
O Samsung Galaxy Watch7 integra ainda uma bateria de 300mAh que, segundo a marca, consegue oferecer até 40 horas de utilização com o Always On Display desligado e até 30 horas com o AOD ligado.
O relógio conta ainda com uma durabilidade 5ATM para que possa ser utilizado em desportos aquáticos sem problema algum. Encontra-se disponível em dois tamanhos: 40mm e 44mm, sendo que o que tivemos em teste foi o modelo mais pequeno.
Uma análise bastante completa da saúde do utilizador
Uma diferença considerável que notamos na utilização do Samsung Galaxy Watch7 foi a forma como o mesmo recolhe a informação sobre a saúde do utilizador e utiliza esses dados para fornecer feedback relevante sobre o dia a dia.
Com a integração da Galaxy AI a Samsung prometeu uma melhor utilização dos dados de saúde recolhidos para guiar o utilizador num estilo de vida mais saudável e de forma a conseguir fornecer um feedback mais completo e importante sobre cada ponto do dia a dia e até mesmo da noite.
Onde esta diferença foi mais notável foi após uma noite de sono. Além de existirem mais dados a serem recolhidos durante o sono, o feedback matinal contava sempre com a informação referente à energia conseguida durante a noite, com informação detalhada do que havia sido melhor ou pior e do que precisava de melhorias.
Além disso, notámos ainda que o GPS está mais preciso que nos modelos anteriores e que a detecção de exercícios automáticos está mais inteligente e completa no que toca à informação recolhida.
Gestos aéreos com alguns problemas, mas que podem ser úteis
Uma das funcionalidades que encontramos no Samsung Galaxy Watch7 é a possibilidade de ativar gestos aéreos que, com o movimento de certos dedos ou com o movimento do pulso, conseguem desencadear determinadas tarefas no relógio.
Um dos exemplos que mais nos pareceu fazer sentido foi o de utilizar o toque entre dois dedos para limpar as notificações ou interagir com a reprodução multimedia. Este simples gesto mostrou-se bastante conveniente em diversas situações em que não queríamos utilizar a outra mão para interagir com o relógio ou até mesmo quando estamos com a outra mão ocupada.
Além disso, o pulso também consegue interagir com o relógio, permitindo atender ou rejeitar chamas com recurso a este tipo de gestos.
No entanto, o Samsung Galaxy Watch7 ainda precisa de alguma afinação neste campo, uma vez que acontecia constantemente estarmos a conduzir e, sem fazer nenhum dos gestos de comando, o relógio apenas assumir o gesto pela trepidação do carro ou por passarmos por uma estrada não alcatroada e o mesmo pausar a reprodução multimedia.
O maior problema do Samsung Galaxy Watch7 é a bateria
Apesar de ter acertado em cheio em diversos pontos com o Samsung Galaxy Watch7 a empresa parece ter-se esquecido que é necessário apostar na autonomia para que tudo possa estar ativado como deve de ser.
Claro que nem todas as funcionalidades necessitam de estar ativadas constantemente para todos os utilizadores, mas quando compramos algo queremos poder utilizar todo o potência do equipamento e, durante os testes, o que fizemos foi ter todas as monitorizações e todas as detecções automáticas ligadas.
Surpreendentemente, esta decisão levou a que o Samsung Galaxy Watch7 nunca conseguisse aguentar um dia inteiro de utilização. Ou tinha de ser carregado perto das 20h ou tinha de ser carregado algures durante o dia se fosse para aguentar até horas mais tardias longe do carregador.
Este ponto estraga um pouco a utilização do equipamento, pois acaba por obrigar o utilizador a fazer uma constante gestão de energia consoante o tipo de dia que vai ter para que o relógio consiga acompanhar as horas todas sem problemas.
Durante os testes e sem insistir muito na questão de monitorização de exercício, tínhamos sempre de colocar o relógio a carregar por volta da hora de jantar de forma a conseguirmos bateria suficiente para se aguentar toda a noite a monitorizar o sono e, novamente, de manhã enquanto nos arranjávamos para garantir que chegava ao final do dia com alguma bateria.
Este ponto vai sempre depender do tipo de utilizador e da quantidade de funcionalidades ligadas, mas para quem quer ter tudo ligado, vai necessitar de uma gestão de energia eficiente para conseguir que o Samsung Galaxy Watch7 se aguente de manhã até à noite.
Integração simples e utilização diária
Sendo compatível com outros equipamentos fora do ecossistema da Samsung, o recomendado é sempre utilizar o ecossistema da empresa para conseguirmos ter uma experiência mais completa e fluída e, como tal, foi isso que fizemos.
A ligação através da app Galaxy Wear foi muito rápida e simples e permite ao utilizador escolher todas as definições e personalizar o ecrã do Samsung Galaxy Watch7 da forma que bem entender.
No entanto, as opções de mostradores que vêm de origem são um pouco limitadas e não existe nada que se destaque quando comparadas com os modelos anteriores. Felizmente, temos acesso à loja da Google com uma oferta gigantesca de mostradores.
Apesar de sentirmos falta da coroa rotativa que era característica de alguns modelos da Samsung, o ecrã é muito responsivo e permite interagir com o sistema sem problemas, que responde de forma bastante fluída e elegante.
Conclusões
O Samsung Galaxy Watch7 criou um grande misto de emoções durante o tempo que o tivemos para testar. Apesar de ser extremamente completo, acaba por falhar na autonomia que oferece, o que o torna um equipamento mais limitado.
Sem sombra de dúvidas que estamos perante um dos melhores relógios do mercado (claro que existem melhores, mas este está no Top5) mais tradicional no que diz respeito à monitorização dos dados de saúde e fitness.
O Samsung Galaxy Watch7 oferece uma medição muito bem conseguida de diversos dados da saúde do utilizador e o registo de sono é ainda mais completo que nos modelos anteriores, contando depois com a Galaxy AI para juntar todos os dados recolhidos ao longo do dia e da noite para oferecer um feedback completo de como foram as últimas 24h, o que correu bem e o que precisa de ser melhorado.
O registo de atividade física está mais preciso e o GPS funciona muito bem, mesmo estando no meio do bosque ou no meio de grandes edifícios que, por norma, interferem um pouco com o sinal GPS.
O ecrã é brilhante e com cores muito bem trabalhadas, permitindo a utilização do relógio em qualquer tipo de ambiente sem problemas em ver a informação disponibilizada. Além disso, os gestos aéreos são uma forma confortável e discreta de interagir com o equipamento, mesmo que ainda precisem de alguns ajustes.
O que não podemos deixar de parte é a forma como a autonomia do Samsung Galaxy Watch7 interfere com a utilização mais intensiva do equipamento. Ligando todas as funcionalidades de monitorização automático e o AOD é quase impossível sair de manhã cedo com o relógio a 100% e chegar á noite com bateria restante para aguentar o registo de sono.
Na nossa utilização, que pessoalmente consideramos que seja uma utilização media/alta, o relógio precisava de ser ligado ao carregador pelo menos 2 vezes por dia, chegando a necessitar de um terceira nos dias de maior atividade e de maior número de horas fora de casa.
Apesar de algumas arestas ainda por limar, o Samsung Galaxy Watch7 é um companheiro muito completo para levar no pulso e, para quem pretende monitorizar ao máximo todos os pontos de saúde e fitness, esta é uma opção a ter em conta sem sombra de dúvidas, desde que tenha em consideração que poderá ter de arranjar uma gestão de bateria para o adaptar à rotina diária.
O Samsung Galaxy Watch7 pode ser adquirido a partir de um PVPR de 319.90€ para a versão de 40mm e de 349.90€ para a versão de 44mm, sendo que ambos os tamanhos podem ser adquiridos na versão só com Wi-Fi ou com acesso à rede 4G.
Agradecemos à Samsung por nos disponibilizar o Samsung Galaxy Watch7 para análise.