Conheça os detalhes de um mercado da dark web de 16,57 milhões de euros onde estão incluidos dados portugueses

Na dark web podemos encontrar todo o tipo de conteúdos, desde os itens mais exclusivos aos mais ilegais.

De forma a dar a conhecer o que acontece neste submundo, a NordVPN mostra-nos como funciona um mercado neste lado oculto da internet.

Cibersegurança
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Saiba como funciona um mercado na dark web

Um novo estudo da empresa de cibersegurança NordVPN analisou um dos mercados da dark web que até hoje vendeu ilegalmente mais de 720 mil itens e dados por 16,57 milhões de euros.

Os preços dos itens ou dados portugueses variavam entre 8,27 euros e 11,74 euros. Os artigos mais caros eram dados de cartões de pagamento, que tinham um preço médio de 11,74 euros. Isto é um pouco acima dos itens da categoria mais barata – documentos de identificação portugueses – que tinham um preço médio de 8,26 euros.

Entre os itens encontrados de todo o mundo na dark web estavam passaportes, documentos pessoais de identificação, cartas de condução, emails, dados de cartões de pagamento, números de telemóveis, contas online, logins de contas bancárias e contas de criptomoedas, além de outros dados pessoais.

“Este mercado é apenas a ponta de um iceberg. Existem mais de 30 mil sites na dark web neste momento. Lembre-se que apenas 4% de toda a internet está na superfície da web, disponível para qualquer utilizador online. O mercado que foi analisado no nosso estudo foi escolhido porque foi usado por alguns grandes grupos de hackers no passado, como o que esteve envolvido no roubo de dados da AT&T em agosto do ano passado.”

Adrianus Warmenhoven, especialista em cibersegurança da NordVPN

Este estudo foi realizado em parceria com investigadores de segurança cibernética independentes com o objetivo de alertar os utilizadores sobre os possíveis perigos de atividades ilegais que as pessoas realizam na dark web.

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Preços médios dos itens e dados portugueses encontrados

  • De uma forma geral, os artigos mais caros foram os passaportes, com um preço médio de 574,61 euros por documento. Os passaportes checos, eslovacos ou lituanos eram os mais caros (preço médio de 3639,22 euros), e um passaporte português custava apenas 9,57 euros. O preço depende de muitos fatores, incluindo o quão difícil é falsificar um documento, quão amplamente é vendido e com que frequência é comprado.
  • Os dados de cartões de pagamento portugueses têm um custo médio de cerca de 11,74 euros. Outra forma fácil de os hackers roubarem os dados ou ativos digitais de um utilizador é o preenchimento de credenciais (quando a password ou email vazado é usado para obter acesso a outras plataformas). É por isso que as contas online também têm um preço baixo: uma conta hackeada da Netflix pode ser comprada por 9,58 euros, uma conta Uber por 11,49 euros e uma conta do Twitter por apenas 1,92 euros.
  • As carteiras de criptomoedas e as contas de investimento custam mais que as contas de processamento de pagamentos e até mais do que algumas contas bancárias. Com um preço médio de 361,62 euros, os dados de uma conta de criptomoedas mais caros são da Binance, seguidos pela Kraken (351,33 euros) e pela Crypto.com (320,46 euros). As contas de processamento de pagamentos (por exemplo, PayPal) têm um preço médio de 91,14 euros. O artigo mais caro nesta categoria é a conta CashApp, que custa cerca de 223,44 euros.
  • Alguns criminosos também compram emails em lotes e usam-nos em ataques de phishing ou outros fins maliciosos. O preço médio de emails pessoais portugueses– 7,34 euros por lote. Os emails pessoais da Dinamarca, Hungria e Suíça têm o mesmo custo médio que os de Portugal. Os documentos portugueses apresentam um preço muito baixo. Em média, os documentos de identificação portugueses custam 6,34 euros – os mais baratos entre todos os artigos portugueses encontrados na Dark Web.
Itens portugueses:Preço médio:
Dados de cartão de pagamento9,01 euros
Lote de emails pessoais7,34 euros
Passaporte7,34 euros
Documento de identificação6,34 euros

O relatório completo sobre este mercado na dark web pode ser encontrado aqui.

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Como reduzir o risco dos seus dados serem vendidos na dark web

 “O amplo escopo dos dados oferecidos nestes mercados criminosos na dark web mostram a importância de cuidar da sua segurança e privacidade online. A sua cibersegurança está nas suas mãos. Conhecendo os riscos e prevenindo-se com as ferramentas e informação certas, vai maximizar as suas hipóteses de se manter a si e à sua família seguros,” diz o especialista em cibersegurança Adrianus Warmenhoven. Ele aponta alguns passos como ponto de partida:

  • Faça com que os sites e serviços ganhem a sua confiança: os hackers obtêm muitos dados apontando aos sites e serviços com os quais você partilha os seus dados. Você não pode pessoalmente proteger os servidores que armazenam os seus dados, mas pode intervir fazendo as questões certas. Faça da segurança dos seus dados uma prioridade. Se um site ou um serviço lhe solicitar dados confidenciais, faça perguntas difíceis sobre como a empresa os protege e o que fará se os seus dados forem violados.
  • Eduque-se: Você pode fazer muito individualmente para proteger os seus dados. Isso dependerá muito de onde passa o seu tempo online, mas você pode ser proativo e pesquisar maneiras de se manter seguro nos dispositivos e serviços que usa.
  • Fique atento: Por um lado, saiba como proteger os seus dados; por outro, saiba como reagir de forma rápida e eficaz quando os seus dados confidenciais são usados sem a sua permissão.
  • Monitorize as suas contas: Solicite extratos bancários semanais ou ative as notificações de transações na sua app. Ative as configurações de segurança de todas as suas contas para ficar a saber quando são feitas tentativas de login a partir de dispositivos suspeitos. Tire partido das ferramentas oferecidas pelos sites ou serviços que usa (um gestor de passwords NordPass, por exemplo, oferece um verificador de força de password que lhe irá dizer se a sua password está presente em alguma violação).
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Metodologia utilizada no estudo

Os dados foram compilados em parceria com pesquisadores independentes especializados em pesquisa de incidentes cibernéticos.

Eles avaliaram um mercado na dark web e analisaram a sua lista de dados que incluía título, preço e país de envio. Nenhuma informação relacionada com pessoas identificadas ou identificáveis (como nomes, informações de contacto ou outras informações pessoais) foi envolvida na pesquisa.

Nenhuma das listas foi comprada ou revista mais detalhadamente do que o declarado para realizar a pesquisa. Os dados foram recebidos a 1 de abril de 2022. A taxa de câmbio de dólares americanos para euros foi de 1 para 0,96 no momento da conversão (2022.05.12).

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