O país tem enfrentado um enorme constrangimento ligado à greve dos professores. O Portal da Queixa partilhou que houve um aumento significativo de reclamações associadas a esta greve, por parte dos pais e encarregados de educação, devido aos constrangimentos que esta greve tem originado.
Entre 1 de janeiro e 8 de fevereiro de 2023, o Portal da Queixa registou um aumento de 400% no número de queixas ao Ministério da Educação devido à greve dos professores e aos problemas que esta paralisação tem trazido ao dia a dia dos pais e encarregados de educação.
Falta de professores para lecionar está também na origem das queixas apresentadas
Os aumentos relatados pelo Portal da Queixa referem-se à comparação com o mesmo período do ano anterior. As escolas têm fechado, os alunos têm ficado sem aulas e os pais encontram-se numa situação de desespero por verem o seu dia a dia impactado com esta greve de professores.
A greve decorre há mais de um mês, por todo o país, e os pais e encarregados de educação começaram a reclamar da situação que começa a ser impossível de controlar e gerir. O Ministério da Educação tem sido alvo de diversas reclamações associadas à greve de professores que já contam com um aumento de 400% face ao mesmo período de 2022.
A análise levado a cabo pela plataforma, concluiu que mais de 50% das queixas recebidas este ano dirigidas ao ME estão relacionadas com a greve de professores e com os constrangimentos resultantes da situação atual. Milhares de alunos, pais e encarregados de educação têm mostrado o seu descontentamento com a situação.
Sobre os principais motivos das reclamações dirigidas ao ME em 2023, aferiu-se que 53% aponta a greve dos professores e o impasse gerado com a tutela como a causa do problema exposto na plataforma e 34% das queixas refere-se à falta de professores para lecionar.
Os casos registados no Portal da Queixa são reveladores dos constrangimentos sentidos por pais e encarregados de educação na sequência das greves realizadas de norte a sul do país.
Na reclamação apresentada, Juliana Antunes aponta os “prejuízos” – para crianças e famílias – da falta de capacidade negocial do ministério com os professores: “As constantes greves decorrentes da insatisfação dos Professores e Auxiliares Educacionais estão a afetar gravemente a nossa família e outras tantas, impedindo-nos de realizar as nossas atividades profissionais e prejudicando a formação das crianças.”
Rui Louro é outro pai indignado com o “exagero de greves realizadas”: “Informo que já considero um exagero a quantidade de dias úteis utilizados para as greves que temos assistido no âmbito da educação. Tenho uma filha num JI (Almada, Setúbal) e onde as constantes greves realizadas já começam a roçar o exagero a tremenda dificuldade em gerir o dia a dia profissional dos pais.”
Já Paulo Ferreira queixa-se ao Ministério da Educação de não estarem a ser cumpridos os serviços mínimos obrigatórios decretados e denuncia: “Face ao exposto serve o presente para informar a V.Ex,ª que Agrupamento de Escolas de Viela não tem cumprido os serviços mínimos obrigatórios decretado na alínea f) do nº 2 do Artigo 357º do Código do Trabalho, podendo desta forma comprometer o socorro e assistência a pessoas e bens.”
O Portal da Queixa avança ainda que em 2021 foram apresentadas 332 reclamações ao ME, um número que aumentou em 2022 para as 357 queixas e, agora, com a situação atual da greve de professores, o número de reclamações deverá disparar em 2023.
De referir ainda que, os indicadores na plataforma revelam que o Ministério da Educação é uma das entidades públicas com uma boa performance pelo Índice de Satisfação obtido, que está avaliado pelos consumidores em 70.7 (em 100), já a Taxa de Resposta é de 85,5%.