Ana Maiques, Co-fundadora e CEO da Neuroelectrics, esteve presenta na Web Summit para mostrar ao mundo como a eletricidade e a inovação pode ajudar a curar diversos problemas cerebrais.
A tecnologia assenta na estimulação elétrica do cérebro de forma a ir diretamente ao centro do problema sem recorrer a processos invasivos e que podem levar as pessoas a correr riscos elevados.
Neuroelectrics: “uma música triste é o som de um cérebro deprimido”
O cérebro humano é, sem sombra de dúvidas, uma máquina extremamente complexa e capaz de processar informação diversificada a uma velocidade tremenda. Apesar dos avanços tecnológicos, ainda existe muita coisa que se desconhece sobre esta zona do corpo humano.
No inicio da apresentação, uma música calma e, de certa forma, triste, começou a tocar no palco central. Ana Maiques iniciou então o seu discurso a elogiar como a música parecia bonita, mas na verdade “esta música calma e triste é equivalente a um cérebro deprimido”.
A Neuroelectrics começou, há 10 anos, a apostar numa cura alternativa para alguns problemas ligados ao cérebro. Tendo em mente duas obsessões, “a ciência do cérebro e querermos criar um impacto social em todo o mundo”, Ana Maiques explica que decidiram sair de Espanha e começar a realizar ensaios clínicos em Boston.
O foco destes ensaios foram crianças que sofriam e epilepsia. Num explicação rápida, Maiques mostrou como um cérebro de alguém que sofre com esta doença funciona, recebendo estímulos em demasia que levam aos problemas já conhecidos da doença.
O que a Neuroelectrics começou por fazer foi monitorizar a atividade cerebral dos pacientes de forma a criar um modelo 3D de cada um dos cérebros. Desta forma, conseguiram ter uma análise mais detalha sobre os pontos em que tinham de incidir.
A tecnologia desenvolvida pela empresa está assente numa espécie de capacete que, através de 32 elétrodos, conseguem injetar pequenas descargas (negativas ou positivas) diretamente na zona necessária do cérebro para diminuir ou aumentar o estimulo dessa zona.
“A eletricidade pode, realmente, ajudar a curar os cérebros”, afirmou a CEO da Neuroelectrics. Com os seus tratamentos, durante 10dias e com sessões de 10 minutos diários, conseguiram alcançar uma redução da doença de 47%.
Atualmente, a empresa já começou novos ensaios clínicos, agora focados na depressão, sempre com o intuito de ajudarem, cada vez mais, as pessoas com problemas cerebrais por todo o mundo.
O tratamento apresentado está ainda numa fase muito pioneira, mas a ideia de Ana Maiques é continuar a apostar na tecnologia “até que a música no cérebro de cada pessoa seja mais animada e feliz”.