A Xiaomi está empenhada em reduzir ao máximo a possibilidade de desbloquear o bootloader.
Para tornar ainda mais difícil este processo, a marca chinesa definiu novas regras que tornam ainda mais difícil este processo.
Xiaomi dificulta ainda mais processo de desbloqueio de bootloader
Se és daquelas pessoas que gosta de modificar o teu dispositivo Xiaomi com ROMs, dando uma nova vida a dispositivos antigos e permitindo atualizações fora do suporte oficial, temos más notícias.
Depois de a marca tentar dificultar o desbloqueio do bootloader (gestor de arranque), muitos utilizadores procuram alternativas, com sucesso, para este processo.
No entanto, poucos meses depois começaram a surgir relatos de que tinha passado a ser impossível desbloquear o gestor de arranque em alguns dispositivos.
Agora, a Xiaomi mudou novamente a sua política e quase enterrou definitivamente a possibilidade dos utilizadores modificarem os seus dispositivos.
A partir de agora, será possível desbloquear apenas um dispositivo por ano, estabelecendo um precedente importante para a comunidade Android e deixando uma questão no ar. Serão realmente nossos os dispositivos que compramos?
Ainda são as ROMs utilizadas?
Atualmente, as principais marcas que utilizam o sistema operativo Android nos seus dispositivos melhoraram significativamente a sua política de atualizações, superando com facilidade os dois anos de suporte.
Este facto, aliado à maior maturidade do sistema, tem vindo a diminuir uma prática que era bastante comum há alguns anos. O desbloqueio do bootloader para modificar a ROM do dispositivo.
Ainda assim, foruns como o XDA mantêm uma comunidade ativa, sobretudo focada na Xiaomi e nas suas submarcas. Para muitos utilizadores avançados, manter o controlo sobre o software do dispositivo, especialmente se pretendem prolongar a sua vida útil além das atualizações oficiais, continua a ser um ponto importante.
Este novo limite pode não ser um grande problema para o utilizador médio que compra um dispositivo, mas afeta os mais avançados que estão habituados a modificar o seu telemóvel. Além disso, coloca a comunidade de ROMs personalizadas numa posição complicada.
Com esta nova política, a única opção será a HyperOS, o sistema operativo próprio da Xiaomi.
Embora desbloquear o bootloader de mais de um dispositivo por ano não seja algo habitual, esta restrição impõe barreiras à liberdade que sempre foi característica do sistema Android.
E se precisarmos de mudar de telefone no mesmo ano? Este debate lembra as políticas restritivas de algumas indústrias, como a dos videojogos onde pagamos pelos nossos dispositivos, mas não somos livres para os modificar.
Do ponto de vista do fabricante, este movimento faz sentido: a Xiaomi fabrica dispositivos muito acessíveis, e o seu software é uma forma de rentabilizar esses produtos através de publicidade e compras nas suas próprias aplicações.
Podem também estar a tentar proteger o utilizador menos experiente, que pode acabar por danificar o seu dispositivo ao desbloquear o bootloader, embora, tendo em conta o declínio das ROMs personalizadas, esta justificação pareça pouco convincente.
Fontes internacionais indicam que esta limitação pode ser aplicada tanto à versão China como à versão Global dos dispositivos, embora, por enquanto, não tenha impacto fora da China.
A Xiaomi ainda não fez um comunicado oficial sobre a mudança, mas espera-se que seja divulgada mais informação em breve.
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