Tal como o nome indica, o Samsung Galaxy Z Fold 5 é a quinta versão do smartphone dobrável de maiores dimensões da empresa sul coreana. Isto significa que não é, propriamente, uma novidade e, este ano, não foi sequer o smartphone que teve maior destaque na apresentação da marca.
Apesar de ter ficado para segundo plano, o Samsung Galaxy Z Fold 5 teve umas quantas melhorias face ao modelo anterior que melhoraram a forma de utilizar um equipamento com estas características.
Sim, a dobra a meio do ecrã continua lá e continua a ser possível sentir a mesma quando passamos o dedo, mas está tudo melhor e mais equilibrado para uma experiência ainda mais premium.
Visão geral do Samsung Galaxy Z Fold 5
Feito para ser desdobrado, o Samsung Galaxy Z Fold 5 conta com características de topo, nalguns campos, e com funcionalidades únicas graças a um aperfeiçoamento do sistema operativo para que quase tudo esteja adaptado a um equipamento dobrável.
Fazendo as apresentações de fora para dentro, começamos com um ecrã exterior Dynamic AMOLED 2X de 6.2 polegadas e uma resolução de 2316 x 904. Este ecrã é mais para o retangular e mostra-se mais estreito que os ecrãs a que estamos habituados na grande maioria dos smartphones, no entanto, permite a utilização com uma só mão sem problemas.
No topo do ecrã encontramos um pequeno orifício que se trata de uma das câmaras para selfies, neste caso com 10MP e uma abertura F/2.2.
Na lateral direita encontramos todos os botões do Samsung Galaxy Z Fold 5, com os dois botões de volume mais acima e o botão ON/OFF que serve também de leitor de impressões digitais.
Desdobrando o smartphone, ficamos então com um ecrã Dynamic AMOLED 2X de 7.6 polegadas com uma resolução de 2176 x 1812 e uma taxa de atualização de 120Hz.
Neste ecrã já poderá ser mais difícil de encontrar, mas também existe uma câmara fotográfica, que se encontra na metade direita do smartphone e está colocada por baixo do ecrã. Este é uma câmara mais fraca, com 4MP e uma abertura F/1.8.
O Samsung Galaxy Z Fold 5 conta com dois altifalantes (um em cima e outro em baixo) que oferecem um som mais imersivo em qualquer uma das formas de utilização do equipamento.
Na traseira do smartphone temos então as três câmaras principais, onde é possível encontrar um sensor de 50MP grande angular, um segundo de 12MP ultra-grande angular e o terceiro de 10MP que permite fazer um zoom ótico de 3x.
No interior do Samsung Galaxy Z Fold 5 encontramos então o processador Snapdragon 8 Gen 2 made for Galaxy, que oferece uma performance ainda melhor para os equipamentos Samsung devido à parceria entre as duas marcas. Temos ainda 12GB de memória RAM e 256GB, 512GB ou 1TB de memória interna.
O Samsung Galaxy Z Fold 5 suporta dois cartões SIM, conetividade 5G, tem GPS, Glonass, Beidou, Galileo e QZSS no que diz respeito a tecnologias de localização e conta com Bluetooth 5.3 e NFC.
Corre o Android 13, no momento, com a ONE UI 5.1.1 e deverá receber logo de início a próxima versão do sistema da Samsung.
O Samsung Galaxy Z Fold 5 pesa cerca de 253g e, dobrado, consegue oferecer um tamanho minimamente reduzido de 154.9 x 67.1 x 13.4 mm.
No interior encontramos uma bateria de 4400 mAh que promete oferecer mais de um dia de utilização moderada sem problemas. O Samsung Galaxy Z Fold 5 é ainda compatível com o sistema DeX para se transformar numa espécie de computador assim que seja ligado a um monitor ou televisão.
Feito para ser desdobrado
A Samsung foi muito insistente na apresentação dos novos equipamentos quanto ao facto de, agora, os dobráveis conseguirem dobrar mesmo na totalidade.
Isto porque nas versões anteriores, havia sempre uma ligeira altura criada quando o equipamento estava dobrado para evitar problemas com os ecrãs e porque o mecanismo de dobra não permitia fechar na totalidade. Com o Samsung Galaxy Z Fold 5 esse problema ficou resolvido e, quando fechamos o smartphone ele está praticamente com as duas metades encostadas uma na outra.
Esta pequena diferença dá uma sensação completamente diferente todas as vezes que fechamos o smartphone, além de transmitir uma maior confiança e durabilidade por sabermos que não vai haver tanta facilidade de entrar alguma poeira ou pedra para o meio do equipamento.
No entanto, o ecrã exterior mostrou-se um pouco “apertado” para ser utilizado por longos períodos. Para uma resposta rápida ou ver alguma notificação sem perder muito tempo, era o ideal. Consegue-se utilizar com uma só mão e até consegue ser algo confortável.
No entanto, passados 2 ou 3 minutos de utilização, começa a tornar-se irritante de utilizar o smartphone assim, ou até mesmo de escrever um texto maior com este ecrã. Por causa disso, víamo-nos quase forçados a desdobrar o Samsung Galaxy Z Fold 5 e aqui sim, o conforto voltava.
Este é, sem sombra de dúvidas, um smartphone que é pensado para ser utilizado no seu formato maior, passando por um equipamento normal em atividades rápidas ou quando atendemos uma chamada.
Usar as duas mãos para escrever uma mensagem maior ou um email no ecrã interior é muito mais confortável e rápido, além de que diminui as hipóteses de erros ortográficos. O ecrã exterior apresenta-se pouco largo para uma utilização mais demorada e para que consigamos ter uma maior precisão de onde estamos a carregar.
A nova dobradiça parece estar bem pensada e oferece uma sensação muito satisfatória sempre que abrimos e fechamos o Samsung Galaxy Z Fold 5. No entanto, algumas vezes, mostrou-se difícil abrir o smartphone devido à rigidez da mesma, que quando fechado apresenta alguma resistência.
Um vinco no meio do ecrã
O problema mais relatado por todos os utilizadores é o facto de existir um vinco no meio do ecrã interior que as marcas ainda não conseguiram resolver.
A Samsung tem vindo a trabalhar neste “problema” em cada nova versão que lança dos seus dobráveis e com o Samsung Galaxy Z Fold 5 este vinco está mais reduzido. Além de se sentir menos, quando olhamos de frente para o smartphone nem damos por ele na grande maioria do tempo.
Apenas quando estamos a ver o ecrã mais de lado é que se nota perfeitamente onde está o vinco, algo que nunca irá incomodar o proprietário do Samsung Galaxy Z Fold 5 pois este estará certamente a ver o ecrã de frente.
Podemos dizer que durante a utilização raramente foi possível ter a noção deste vinco no centro do ecrã. As primeiras vezes foi sempre estranho, mas com o hábito acabamos por esquecer que está lá e mesmo passando o dedo não nos damos conta de que existe este vinco.
Aumento do consumo multimédia
O Samsung Galaxy Z Fold 5 marcou uma diferença que não estávamos a contar. Com o ecrã maior sempre disponível, durante a sua utilização notámos um aumento do consumo multimédia no smartphone quando comparado com o smartphone normal do dia a dia.
Como se mostrava sempre tão satisfatório abrir o Samsung Galaxy Z Fold 5 e assistir qualquer conteúdo diretamente num ecrã maior acabávamos sempre por passar mais tempo nesta atividade.
Tanto num ambiente interior como exterior, o ecrã esteve sempre à altura e qualquer vídeo ou imagem eram visíveis sem esforço algum.
Câmaras de um dobrável
Este poderá ser o ponto mais negativo de toda a análise. Negativo não porque as câmaras são más, mas porque estamos sempre à espera de um pouco mais quando se trata de um smartphone topo de gama e com os valores do Samsung Galaxy Z Fold 5.
A câmara principal mostrou-se muito boa, aqui não temos queixas a apresentar. As cores são equilibradas, com um bom equilíbrio de brancos e o pós-processamento habitual da Samsung oferece um resultado do qual não nos podemos queixar.
Durante o dia todas as câmaras conseguem apresentar resultados muito bons, equilibrados e que, entre si, não se nota a diferença a nível de cores ou de qualidade. Isto sempre em cenários bem iluminados.
Quando o dia começa a ficar mais escuro aqui é que notamos o “problema” existente nas câmaras do Samsung Galaxy Z Fold 5. Uma vez mais, a câmara principal manteve a sua performance sem problemas, mas ao mudarmos para a ultra-grande angular os resultados ficaram sempre com cores que em nada tinham a ver com a realidade.
Por alguma razão, a tendência da ultra-grande angular é sempre de tornar os tons mais rosa quando estes não existem no ambiente que estamos a fotografar. As luzes amarelas tornam-se um pouco mais rosa e as cores em vez de se manterem com o tom amarelado que estamos a ver, o Samsung Galaxy Z Fold 5 tenta compensar de alguma forma que acabam por ficar um pouco rosa.
Claro que estes são pequenos “problemas” que facilmente são resolvidos com qualquer editor de imagem, no entanto, tratando-se de um smartphone de topo como o Samsung Galaxy Z Fold 5 este não é o resultado esperado. Ainda por cima, quando a Samsung já mostrou que consegue fazer muito melhor com as câmaras dos seus equipamentos.
No que diz respeito a fotografias de retrato, o Samsung Galaxy Z Fold 5 oferece resultados muito bons com um recorte quase perfeito do sujeito e desfoque de fundo muito natural e bem conseguido. Mesmo no modo automático as fotografias não desiludem com o destaque dado ao primeiro plano da imagem.
As selfies são um tipo de fotografia que com o Samsung Galaxy Z Fold 5 podem ser tiradas de diversas formas, consoante dê mais jeito. É possível tirar uma foto normal com o smartphone fechado, com ele aberto através da câmara debaixo do ecrã, ou recorrendo às funcionalidades de ser um Fold e utilizando as câmaras principais.
Com a iluminação certa, as três câmaras podem oferecer resultados excelentes. Mas claro que, olhando ao pormenor, a câmara interior colocada por baixo do ecrã é a que tem os piores resultados. A fotografia fica sem grande contraste, além de que os detalhes desparecem todos.
A câmara exterior tem uma boa definição e consegue cores muito fiéis à realidade, mantendo uma boa definição e detalhes contrastantes. A câmara traseira, obviamente, é a que permite ter mais opções para fotografar e, efetivamente, a que tem mais qualidade, no entanto, perde um pouco aquele “efeito selfie”, pois trata-se de uma câmara com um maior ângulo que o habitual para selfies.
No campo do vídeo, o Samsung Galaxy Z Fold 5 consegue gravar até 8K a 30fps. No entanto, este modo é um pouco mais estável e, na sua grande maioria, apenas uma característica interessante de se ter.
A nível do 4K conseguimos ir até aos 60fps e os resultados são bastante estáveis e equilibrados em todos os sentidos, oferecendo uma qualidade superior em ambos os cenários.
Autonomia
A Samsung prometeu e, a nosso ver, cumpriu. O Samsung Galaxy Z Fold 5 consegue oferecer uma autonomia que não esperávamos tendo em conta os dois ecrãs que tem de alimentar com “apenas” 4400 mAh.
A verdade é que não houve um único dia que o equipamento não tivesse chegado ao fim do dia com bateria suficiente para se aguentar pela noite fora sem problemas.
Esta componente vai sempre variar consoante a utilização de cada pessoa, mas com uma utilização muito à base de redes sociais (Instagram e TikTok), emails, chamadas e mensagens via WhatsApp durante todo o dia e com alguma frequência, o Samsung Galaxy Z Fold 5 chegava sempre com mais de 30% ao fim do dia.
Este é um ponto muito positivo, mesmo quando comparado com outros modelos mais simples, que nem sempre conseguem aguentar um uso moderado durante todo o dia, quanto mais a alimentar dois ecrãs e com tudo o que tem direito ativado.
Funcionalidades Fold
O Samsung Galaxy Z Fold 5 tem muito mais para oferecer além de um ecrã dobrável. Como seria de esperar, e como já acontecia nos modelos anteriores, a Samsung oferece algumas vantagens ligadas a este detalhe de ter um ecrã que dobra ao meio.
Na calculadora, podemos criar uma espécie de calculadora tradicional, com o visor e os números em separado, desta forma trona-se mais prático utilizar a calculadora por longos períodos sem termos de ter o equipamento na mão.
A ver um vídeo no YouTube, por exemplo, o vídeo pode ficar na parte superior enquanto os comentários e as sugestões ficam na parte inferior, desta forma podemos navegar pela plataforma sem problemas e sem ter de ver o vídeo completamente reduzido num canto do ecrã. Além disso, é também uma forma cómoda de assistir a qualquer conteúdo enquanto comemos ou assim, pois podemos pousar o smartphone à nossa frente na mesa que as imagens vão estar perfeitamente alinhadas com a nossa visão.
Dentro da aplicação da câmara é que existe sim um potencial enorme para o Samsung Galaxy Z Fold 5 se destacar. Além de podermos usar o ecrã dobrado para fazer de tripé, os controlos da câmara também ficam alinhados na parte inferior para uma gestão mais facilitada enquanto as fotos tiradas surgem logo ao lado num tamanho decente para fazermos uma pré-visualização rápida após tirarmos a fotografia.
Além disso, com o Samsung Galaxy Z Fold 5, podemos utilizar o visor externo como um espelho, para podermos mostrar o que estamos a fotografar assim como para facilitar o seu uso quando tentamos tirar uma foto de grupo.
Vale a pena?
Como sabemos bem e a própria Samsung também, o Samsung Galaxy Z Fold 5 continua a ser um equipamento para um determinado nicho de consumidores.
É um equipamento com imensas capacidades e que oferece o melhor de um smartphone e de um tablet topo de gama num único equipamento que cabe no bolso. No entanto, nem todos podem dar-se ao luxo de ter um smartphone destes valores e poucos são so que lhe dariam uma utilização exaustiva dentro daquilo que o equipamento oferece.
Apesar de tudo, não deixa de ser um smartphone que salta à vista, que deixa sempre todos ao redor a olhar assim que desdobramos o Samsung Galaxy Z Fold 5 e que consegue ser um aliado excelente para o trabalho, especialmente o de escritório.
As principais aplicações do dia a dia já se encontram otimizadas para o sistema operativo do Samsung Galaxy Z Fold 5, que requer alguma atenção para que tudo possa ser executado nos dois ecrãs sem grandes problemas. Uma ou outra aplicação ainda não consegue funcionar a 100% no ecrã interior, mas com o tempo devemos chegar lá.
O Samsung Galaxy Z Fold 5 é confortável de transportar, apesar de ser um pouco pesado quando está fechado. Ao abrir o smartphone, o peso fica muito bem distribuído e o conforto de utilização está garantido.
As câmaras traseiras ainda estão muito salientes, deixando impossível ter o smartphone completamente reto em cima de uma mesa sem utilizarmos uma capa, o que poderá ser um contratempo para aqueles que gostam de mostrar a beleza dos equipamentos que compram.
O Samsung Galaxy Z Fold5 tornou-se um modelo dobrável mais aperfeiçoado que os antecessores da marca e, apesar de não terem existido grandes alterações este ano, as que fizeram marcaram a diferença na utilização do smartphone.
A compatibilidade com a S Pen é um ponto de destaque, apesar desta ter de ser adquirida em separado, mas poderá ser um bom acrescento para os mais artísticos que queiram dar asas à imaginação em qualquer lugar.
As câmaras poderiam ser melhoradas, especialmente a ultra grande angular, que por alguma razão torna tudo meio rosa nas fotos com menos luz. Tendo em conta o que a Samsung consegue fazer no mercado da fotografia móvel, este é um ponto que não esperávamos que fosse correr “tão mal” à sul coreana. No que diz respeito às outras câmaras, não nos podemos queixar, pois mesmo que não sejam as melhores do mercado, oferecem resultados impecáveis dos quais não nos podemos queixar.
Sem sombra de dúvidas que o Samsung Galaxy Z Fold 5 é um smartphone pensado para ser desdobrado com toda a confiança, pois o mecanismo aparenta ser bastante robusto e aguentar muitas aberturas de ecrã sem problemas.
O Samsung Galaxy Z Fold 5 encontra-se à venda por um PVPR que começa nos 1969.89€ para a versão de 256GB de memória e pode ir até aos 2329.90€ na versão de 1TB.
Agradecemos à Samsung por nos ter disponibilizado o smartphone para testes.
Samsung Galaxy Z Fold 5
1969.89€ (256GB)
Pros
- Confortável na mão quando aberto
- Performance sem problemas em qualquer aplicação
- Autonomia para mais de um dia de utilização moderada
Contras
- Câmera ultra grande angular com resultados inferiores no modo noturno
- Ligeiramente pesado quando utilizado fechado
