De forma a analisar como as redes sociais deixam os utilizadores expostos com a quantidade de dados que recolhem de cada um, a Seresco realizou uma análise para saber quão expostos estamos em cada uma das redes sociais mais utilizadas e como é processada toda essa informação.
Segundo os dados obtidos, o Facebook é a rede social que mais dados recolhe sobre os utilizadores, indo desde o número de telemóvel ao estado de relacionamento.
Grande maioria da população utiliza as redes sociais no período de férias
Estima-se que, em Portugal, cerca de 5,9 milhões de pessoas acedem às redes sociais, ou seja, mais de metade da população do país, segundo dados do Barómetro da Internet da Marktest de outubro de 2021.
Apesar de, por norma, a ideia de tirar férias ser a de desligar um pouco de tudo o que é habitual no resto do ano, segundo os dados recolhidos por especialistas da Seresco, uma grande maioria da população utiliza os telemóveis com maior frequência entre os meses de junho e setembro, podendo chegar a um aumento de 30% nas horas de utilização.
Apesar da utilização elevada, a maioria das pessoas desconhece a sua exposição em cada uma das redes sociais existentes, especialmente nas mais comuns e utilizadas por um maior número de utilizadores.
Redes sociais como o Facebook, TikTok, Twitter, Instagram e LinkedIn são as mais conhecidas de todas e, entre elas, a recolha de informação é bastante diversificada.
No último relatório da Seresco apelidado de “O tratamento de dados sobre redes sociais“, a empresa compilou o nível de exposição a que os utilizadores eram submetidos em cada uma das redes sociais e a forma como cada uma geria a informação recolhida.
Em qualquer uma das redes, é sempre aconselhável reforçar a segurança das contas de forma a evitar partilhar informação em excesso ou perder o acesso à conta devido a um ataque informático de qualquer género. Além disso, é aconselhável uma atenção redobrada ao tipo de conteúdo partilhado na Internet.
Segundo os dados recolhidos, a rede social de Mark Zuckerberg é a que recolhe um maior número de dados de cada utilizador. É possível fornecer informação sobre o local de residência, trabalho e estudos, qual a situação atual a nível de relacionamentos, quais os membros da família de cada utilizador, contacto telefónico, e-mail, crenças religiosas, sexo e data de nascimento.
Além disso, é ainda partilhado a localização do utilizador, entre outros dados em tempo real. As publicações no Facebook podem chegar a toda a gente ou mesmo a amigos de amigos, o que acaba por as levar a uma rede de pessoas fora do conhecimento do utilizador em questão.
Além disso, recorrendo ao Messenger, uma das alternativas associadas às redes sociais para trocar mensagens e realizar chamadas, é possível ter acesso à última vez que a pessoa esteve online, podendo de forma indireta permitir que terceiros conheçam alguns dos horários e rotinas do utilizador.
Instagram e Twitter
As duas redes sociais apesar de muito distintas na forma de funcionar acabam por ter algumas características em comum. No caso do Instagram, a conta deve ser configurada como pública de forma a que se consiga obter as informações necessárias, sendo privada apenas poderá aceder à informação as pessoas que forem autorizadas a tal pelo utilizador.
Semelhante é o caso do Twitter, em que a conta poderá ser definida como privada ou pública, restringindo assim as pessoas que podem aceder às informações mais sensíveis.
Ambas as redes sociais têm acesso ao número de seguidores e de seguidos, menções feitas, fotos de perfil publicadas e à geolocalização do utilizador no momento em que a publicação está a ser feita.
Desta forma é possível conhecer alguns hábitos e rotinas das pessoas, além de locais frequentemente visitados, datas importantes e gostos pessoas de cada utilizador.
Entre todas as redes sociais, o LinkedIn é focado maioritariamente no mercado profissional, pelo que a informação obtida está mais relacionada com o trabalho de cada um e menos com a vida pessoal dos utilizadores como acontece com as restantes.
Neste caso a informação recolhida pela rede abrange a foto de perfil, a localização, o nome da empresa ou estudos do utilizador assim como uma lista de todos os empregos (ou quase todos) de cada pessoa. Além disso, é possível ainda aceder à lista quase total dos funcionários de cada empresa.
A nível de ataques que recorrem ao phishing para conseguirem recolher informações de forma ilegal, esta é uma das redes sociais de eleição dos cibercriminosos.
TikTok tem menos meta-informação dos utilizadores
O TikTok é, das redes sociais inumeradas, a plataforma com menos informação recolhida sobre os utilizadores. Os vídeos publicados não fornecem a localização do utilizador ao realizar uma publicação nem possuem metadados.
No entanto, existe uma grande facilidade em fazer o download deste conteúdo, o que pode levar a uma maior facilidade na realização de um ataque via Deepfake.
Recomendações da Seresco
A fim de promover a sensibilização para a cibersegurança este Verão, a Seresco elaborou uma série de recomendações no seu relatório para ajudar a utilizar estas plataformas de forma sensata.
- Reduzir a quantidade de informação partilhada, por exemplo, se um utilizador for de férias e a sua casa ficar vazia.
- Desativar o sistema de geolocalização ao partilhar fotos ou vídeos.
- Ter muito cuidado com o conteúdo a ser publicado, pois é muito fácil conhecer os gostos de um utilizador.
- Faça perfis tão privados quanto possível, dando acesso apenas às pessoas que conhece.
- Utilizar palavras-passe fortes e, se possível, utilizar a autenticação de dois fatores.
